Sou Mariza. Gosto de filmes pesados porque a vida também é. Aqui, eu só indico o que me atravessa.
Sem drama forçado, sem final feliz obrigatório. Só verdade. Com dor, com força, e, às vezes, até com riso.
"A Serbian Film" é aquele filme que você só vê uma vez — se é que vê. Uma alegoria brutal sobre exploração, censura e desumanização, que se joga nos extremos mais perturbadores do horror moderno. Um grito político... com sangue, abuso e tudo de pior que você consegue imaginar (e o que não consegue também).
Alerta máximo: estupro (inclusive infantil), necrofilia, mutilação e desespero moral absoluto. Não é só um filme, é um desafio ético.
Um filme onde a obsessão pelo corpo ideal escorre pelos cantos da tela. A Substância não é só sobre juventude, é sobre a decomposição da autoimagem, da alma e de qualquer esperança de leveza. Tudo aqui é colante, sangrento, molhado, como se o horror estivesse dentro de você, implorando pra sair em forma de pele, secreção e vergonha.
Alerta: cenas extremamente gráficas. Evite se estiver emocionalmente frágil ou comendo.
Um mergulho brutal no colapso de uma civilização. Apocalypto corre sem parar, respira barro, suor e medo. A floresta vira prisão, campo de batalha e redenção, enquanto a violência parece a única linguagem possível. Um filme que rasga a tela como uma lança na pele.
Alerta: cenas de violência intensa, tortura e sacrifício humano. Assistir com estômago forte.
Um filme que começa como drama romântico e termina como tortura emocional em forma de cinema. Audition te ilude, te embala e, de repente, arranca o chão. O desconforto cresce devagar — e quando chega, não tem volta. Você só deseja que acabe logo. E também que nunca acabe.
Alerta: violência gráfica pesada e cenas altamente perturbadoras. Não recomendado para iniciantes.
Um conto de fadas envenenado, onde a princesa não canta, mas cobra. Bela Vingança é vibrante, venenoso e desconfortável. O tipo de filme que sorri enquanto quebra o pescoço da narrativa clássica. Cor de chiclete, gosto de pólvora.
Alerta: temas sensíveis sobre abuso e violência. Impactante e necessário.
Um faroeste sombrio onde o vilão prega com a Bíblia numa mão e o inferno na outra. Brimstone não é só sobre violência — é sobre a crueldade travestida de moralidade. Um filme dividido em capítulos, cada um mais sufocante que o anterior. Lindo, brutal, e devastador como uma prece maldita.
Alerta: abuso físico e psicológico severo. Pode destruir sua fé em tudo — inclusive no gênero humano.
Um garoto quebrado pelo mundo encontra abrigo nos cães e nas sombras. Dogman é sobre ser rejeitado, sobre apanhar da vida e transformar essa dor em performance, resistência e caos. Um filme que late, morde e sangra.
Alerta: cenas de abuso e violência. Um espetáculo de trauma embalado com poesia e pólvora.
Um mergulho desconfortável na dor do luto e na tentativa desesperada de sentir algo novamente. Dogs Don’t Wear Pants é sobre perdas, limites e o desejo de desaparecer dentro de outro corpo — ou da dor que ele causa. Cru, bizarro e surpreendentemente comovente.
Alerta: conteúdo sexual gráfico e temas de autodestruição. Não é sobre cachorros. Nem de longe.
Um dos retratos mais desconfortáveis de manipulação e distorção da realidade. Dogtooth é um experimento social onde os pais decidem tudo: palavras, limites, o que é real. É como assistir uma fábula absurda sem moral, só desespero. Yorgos Lanthimos em sua forma mais crua e cruel.
Alerta: violência simbólica, incesto e bizarrice pura. Prepare-se pra sair desse filme se sentindo contaminado.
Nicolas Cage invade os sonhos de todo mundo e vira celebridade involuntária num pesadelo existencial com estética de crise de meia-idade. Dream Scenario mistura humor estranho com desconforto genuíno, questionando fama, privacidade e o que resta de si quando o mundo inteiro te conhece por nada.
Alerta: cenas de delírio público, vergonha alheia profunda e Nicolas Cage sendo brilhantemente esquisito.
Um estudo cru e incômodo sobre amadurecimento feminino, entre a obsessão, rejeição e insegurança. Fat Girl não tem filtros nem promessas. Ele te deixa tenso do início ao fim — e quando você pensa que vai acabar em silêncio... vem o soco final. Sem trilha. Sem misericórdia.
Alerta: cenas de violência sexual, nudidade e um dos finais mais impactantes do cinema europeu.
Uma celebração familiar que vira ritual de exorcismo público. Festen é desconforto puro em câmera tremida, com atuações cruas e verdades que apodrecem no prato. Um brinde à destruição de aparências. Quando a verdade vem à tona, ninguém continua dançando.
Alerta: abuso sexual infantil, incesto e tensão verbal constante. Dogma 95 não tem filtros, só brutalidade emocional.
Uma comédia que ri do que ninguém tem coragem de sequer mencionar. Happiness escancara a miséria emocional com personagens que vivem entre o grotesco e o trágico, buscando afeto da forma mais perturbadora possível. Corajoso, ácido, e absolutamente indigesto.
Alerta: pedofilia, disfunções sexuais e diálogos que parecem arrancados de um pesadelo moral. Assista por sua conta e vergonha.
Um banho de sangue com identidade própria. Haute Tension começa como slasher básico e vira um pesadelo psicológico sem freios. Tenso do início ao fim, com violência gráfica estilizada e um plot twist que ou você ama ou odeia — mas nunca esquece.
Alerta: decapitações, serras elétricas e uma tensão que faz jus ao nome. Espere tudo, menos conforto.
Uma garotinha, um pai abalado, uma nova casa — e Charlie. Hide and Seek brinca com o medo do invisível, do trauma mal resolvido e da criança que sabe demais. Um terror contido, mas com um final que vira a chave de tudo.
Alerta: manipulação psicológica, sustos sutis e Dakota Fanning sendo mais convincente que muito adulto.
"Holocausto Canibal" é o avô dos mockumentaries extremos. Um filme que questiona a ética do sensacionalismo mostrando o sensacionalismo em seu estado mais bruto. Ainda hoje é cercado por polêmicas — incluindo cenas reais de morte animal — e discussões sobre o limite entre arte e exploração. Um clássico maldito.
Alerta: mortes reais de animais, violência gráfica severa, estupro, tortura e canibalismo. Um dos filmes mais banidos e debatidos da história. Assista com consciência crítica (e estômago forte).
Um testamento, duas cartas, e uma jornada devastadora por verdades enterradas em escombros. Incendies te leva pelas cicatrizes da guerra e pelos horrores que atravessam gerações. Cada descoberta pesa mais que a anterior. E o final… o final não é perdoável.
Alerta: violência extrema, guerra, abuso sexual e um twist que corrói o coração.
"Irreversível" é um soco visual em câmera invertida. Gaspar Noé constrói uma tragédia brutal, começando pelo fim e terminando onde tudo era paz — só pra te destruir aos poucos. Uma história de vingança, estupro e amor, contada como se a realidade estivesse sangrando para trás.
Alerta: estupro prolongado, violência extrema, cenas gráficas e movimento de câmera que pode causar náusea. Assista por sua conta e com uma respiração bem controlada.
Um casal cria um ser que nunca deveria ter existido — e o faz com amor, dor e negação. Lamb é estranho, calmo, perturbador. Um conto sombrio sobre perda, instinto e as consequências de desafiar a natureza. A paz rural nunca foi tão incômoda.
Alerta: bizarrice fofa, vazio existencial e um final que te deixa encarando a parede.
Longlegs prometeu o horror definitivo e entregou... uma longa espera por algo que nunca vem. Visual bonito, atmosfera densa, mas no fim, mais vazio que susto. Cage aparece, mas não salva. Um filme que fica melhor na memória do que na tela.
Alerta: hype não correspondido, trama arrastada e o tipo de terror que te faz checar o relógio.
Martyrs não é só seu filme preferido — é um soco metafísico. Começa como vingança, vira tortura, e termina em transcendência. Dor física e existencial convivem sem cortes, sem alívio, sem concessões. A experiência não é assistir — é sobreviver.
Alerta: violência gráfica extrema, desespero espiritual e uma das obras mais brutais e profundas do horror moderno.
Midsommar é o pesadelo em céu aberto. Nada se esconde na escuridão, tudo é exposto — e mesmo assim, você se sente perdido. Ari Aster transforma uma viagem cultural em ruptura emocional, num ritual onde luto, abandono e delírio coletivo se misturam com flores e gritos.
Alerta: cenas gráficas, euforia ensolarada, alucinação emocional. Vai te quebrar e depois te deixar sorrindo sem saber por quê.
Um sorriso no bolo de aniversário, um salto do parapeito, e tudo começa. Miss Violence é sobre o que não se fala, o que se finge, o que apodrece dentro de casa enquanto todos mantêm a pose. Frio, seco, e assustadoramente calmo. Um retrato cruel de autoridade, controle e abuso.
Alerta: incesto, abuso psicológico, submissão forçada. Um filme que grita no silêncio e aperta até faltar ar.
Prepare-se pra sentir cheiro de mofo só de assistir. "O Bar Luva Dourada" é uma descida grotesca ao mundo do assassino Fritz Honka, onde tudo fede — literalmente. Um filme que fede a cigarro, sangue, uísque barato e desespero. Não é pra qualquer estômago.
Alerta: violência gráfica, degradação humana, interiores que fazem você querer lavar os olhos. É o oposto do glamour do crime — aqui, só há podridão.
Ethan Hawke de máscara assustadora, uma cave com um telefone que toca dos mortos, e um menino tentando sobreviver. "O Telefone Preto" junta medo infantil, trauma e um toque sobrenatural. É simples, direto e eficaz como um soco no escuro.
Alerta: sequestro infantil, fantasmas vingativos e aquele climão de terror anos 80 com cheirinho de modernidade.
"Oddity" mistura tensão teatral com horror sensorial. Uma mulher cega, uma morte misteriosa e uma presença que talvez nunca tenha partido. É desconfortável, intrigante e faz da perda um espetáculo inquieto. O tipo de filme que te faz olhar de novo pro canto escuro da sala.
Alerta: atmosfera densa, luto performático e bonecos que deviam ficar parados... mas não ficam.
"Os Horrores do Caddo Lake" mergulha na dor da perda com um suspense que caminha pelas margens do sobrenatural. Água parada, lembranças turvas e silêncios que dizem tudo. Não grita, mas te afoga devagar.
Alerta: clima mórbido, flashbacks encharcados e um lago que guarda mais do que reflexos.
"Pearl" é o grito vermelho de uma garota que sonha com palcos, mas dança com a morte. Mia Goth entrega um espetáculo psicótico embalado por cores vibrantes e um sorriso que pede socorro. Glamour sangrento com alma rachada.
Alerta: monólogos desconcertantes, sorrisos eternos e uma vaca que testemunha mais do que devia.
"Rastro de Maldade" começa como faroeste clássico e termina em pesadelo antropofágico. Um grupo parte para resgatar prisioneiros e encontra o inferno com couro batido. Diálogos afiados, ritmo lento e violência crua — um prato indigesto servido em silêncio.
Alerta: mutilações gráficas, racismo estrutural (representado nos "trogloditas") e desespero árido. Não recomendado pra estômagos sensíveis ou fãs de finais felizes.
"Relatos Selvagens" é um buffet de fúria humana servido em porções absurdas. Cada história é uma catarse, uma explosão de raiva, ironia ou puro descontrole. Um retrato hilário e aterrorizante de quando a sanidade bate em retirada.
Alerta: sarcasmo letal, colapsos públicos e a melhor cena de casamento já cometida no cinema argentino.
“Salò” não é entretenimento. É um manifesto. Pasolini adaptou o inferno de Sade para o cenário do fascismo italiano e criou o filme mais repulsivo e alegórico da história do cinema. O sofrimento aqui é simbólico e real ao mesmo tempo — e cada minuto testa seus limites.
Alerta: tortura física, humilhação sexual, canibalismo simbólico, escatologia explícita. Assista por sua conta, risco e algum distanciamento crítico.
"Santa Sangre" é uma ópera sangrenta de trauma e transcendência. Jodorowsky mistura o grotesco com o divino em uma jornada de insanidade, mutilação e redenção. Um pesadelo colorido com alma de teatro e cheiro de circo queimado.
Alerta: imagens perturbadoras, simbolismo religioso extremo e uma mãe que não sabe a hora de parar (nem depois de perder os braços).
"Speak No Evil" é a arte de ignorar todos os sinais vermelhos em nome da polidez. Um casal visita estranhos “simpáticos” e descobre que ser educado demais pode custar caro. Um terror lento, seco e angustiante — sem monstros, só seres humanos.
Alerta: tensão social extrema, passividade insuportável e um final que soca seu senso de moral no estômago.
"Strange Circus" é um labirinto de trauma contado com plumas, sangue e palco giratório. Shion Sono desce ao inferno familiar com uma história de abuso, dissociação e ilusão — tudo embalado em um circo grotesco que nunca sai da sua cabeça.
Alerta: incesto, violência gráfica e narrativa alucinada. Não é pra assistir, é pra sobreviver.
"Strange Darling" é um jogo de gato e rato onde a linha entre vítima e vilão se desfaz a cada cena. Ritmo acelerado, narrativa não-linear e violência que dança na tela. Uma experiência intensa que te vira do avesso antes dos créditos subirem.
Alerta: sangue, tensão constante e aquela sensação desconfortável de que nada é o que parece — porque realmente não é.
"System Crasher" é uma tempestade chamada Benni. Uma menina que o sistema não consegue segurar, entender ou ajudar. É doloroso, sincero e tão intenso que você vai se pegar prendendo a respiração. Um estudo de trauma que dispensa maquiagem.
Alerta: crises emocionais severas, negligência institucional e uma atuação mirim que te deixa em ruínas.
"The Butcher Boy" é como se Holden Caulfield tivesse um surto psicótico em vez de uma crise existencial. Francie Brady navega a infância entre delírios, traumas e piadas macabras — tudo contado com o tom leve de quem não percebe que o abismo já chegou.
Alerta: violência juvenil, alucinações religiosas e a sensação desconfortável de rir enquanto tudo desmorona.
"The Coffee Table" começa como uma comédia banal sobre casamento e vira uma espiral de desespero insuportável. Uma decisão ridícula leva ao pior dos infernos, embalado por móveis feios, diálogos forçados e o tipo de silêncio que rasga.
Alerta: incômodo extremo, culpa parental, e uma mesa que nunca devia ter sido comprada. Um filme que te pune por assistir.
"The Creep Tapes" é como entrar na mente de um sociopata carismático — e não conseguir sair. Um spin-off íntimo e sujo da série "Creep", onde cada gravação é um pedaço desconcertante de loucura disfarçada de carisma. Meta horror que te obriga a rir e se sentir culpado logo depois.
Alerta: desconforto contínuo, manipulação emocional e a dúvida constante: por que estou achando isso divertido?
"The Devil's Bath" mergulha na alma de uma mulher soterrada pela culpa, religiosidade sufocante e isolamento social. Um terror sutil, baseado em casos reais, que transforma depressão e desespero em tragédia gótica. Escuro, lento e impossível de esquecer.
Alerta: suicídio, opressão espiritual e aquele silêncio que pesa mais que qualquer grito. Um filme pra assistir em dia ensolarado.
"Túmulo dos Vagalumes" é o tipo de filme que te quebra sem pedir licença. A história de Seita e Setsuko atravessa a Segunda Guerra Mundial com a delicadeza de uma lanterna de papel em campo minado. Poético, insuportável, e absolutamente necessário.
Alerta: lágrimas garantidas, trauma histórico e a lembrança de que nem toda animação é pra sorrir. Prepare lenços e o coração.
"Um Lugar Secreto" é sobre amor que resiste à ausência. Uma história suave, mas carregada de saudade e reconstrução, onde cada gesto vale mais que mil palavras. Não te arranca o coração de uma vez — vai arrancando em silêncio, com gentileza.
Alerta: perdas não resolvidas, reencontros emocionais e a vontade de guardar alguém num potinho pra sempre.
"Visitor Q" é um tapa na cara com luva de látex suja. Takashi Miike nos entrega uma família disfuncional que atinge níveis surreais de absurdo, com cenas que misturam incômodo, riso nervoso e puro delírio. É a tragédia da banalidade elevada à arte grotesca.
Alerta: violência explícita, incesto, necrofilia, leite materno em abundância e perda total da fé na humanidade. Você foi avisado.
"X" tenta ser uma ode ao slasher retrô com pitadas de pornô setentista, mas escorrega em fórmulas e exageros que não colam. O resultado é mais estético do que impactante, com personagens rasos e sustos previsíveis. Uma vibe que promete mais do que entrega.
Alerta: nudez gratuita, violência explícita, e aquela sensação de que você podia ter revisto um clássico de verdade.